02/08/2023 às 16h20min - Atualizada em 02/08/2023 às 18h35min

Agosto Branco: câncer de pulmão conta com novas armas para rastreamento e tratamento

O médico Mauro Zukin, da Oncologia D'Or, destaca a importância das campanhas antitabagistas do governo, mas lamenta que os jovens continuem fumando

Nora Ferreira
www.oncologiador.com.br
Divulgação
O câncer de pulmão é o quarto tipo de tumor mais recorrente no Brasil. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca)1 32.560 casos deverão ser diagnosticados em 2023, sendo 18.020 em homens e 14.540 em mulheres. Cerca de 80% dos casos deste tipo de câncer são associados ao tabagismo. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde2, compilados em 2019 pela Pesquisa Nacional de Saúde, apontam que os fumantes com 18 anos ou mais representam 12,6% dos brasileiros.

O  Inca3 estima que, entre 2026 a 2030, haverá uma queda de 28% na mortalidade prematura de homens de 30 a 69 anos por câncer de pulmão.  A previsão é feita por meio de um cálculo matemático, que considera o número de mortes por tipo de câncer, sexo e faixa etária entre 2001 e 2015 registrados no Sistema Nacional de Informações de Mortalidade (SIM). Os pesquisadores prevêem a queda ao esforço do governo federal para reduzir o tabagismo. O oncologista Mauro Zanin, da Oncologia D’Or,  destaca o sucesso das campanhas antitabagistas do governo brasileiro, que hoje são um modelo para os sistemas de saúde de vários país. “No os jovens estão voltando a fumar”, lamenta.  

Diagnóstico precoce
Como 70% dos casos de câncer de pulmão só são identificados em estágios avançados,  vários países, incluindo o Brasil, têm feito o rastreamento para pacientes de risco. Essa medida é importante porque a doença não apresenta nenhum sintoma nas fases iniciais, como tosse e sangramento pelas vias respiratórias.

A Força Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos recomenda o rastreamento anual com tomografia computadorizada de baixa dose em indivíduos de alto risco, com idade entre 50 a 80 anos, fumantes ativo ou ex-fumantes há menos de 15 anos e com histórico de tabagismo de 20 maços/ano, ou seja, dois 2 maços por dia por dez anos.

Tratamento
Nos últimos anos, o arsenal terapêutico para o tumor aumentou muito, como a  imunoterapia, que estimula o sistema imunológico a combater as células cancerígenas. Na última edição do Congresso da Sociedade Americana de Oncologia ClÍnica (Asco, em inglês) foi apresentado um estudo mostrando que a aplicação de quimioterapia seguida de osimertinibe reduziu em 51% o risco de morte pela doença em pessoas com câncer de pulmão de não pequenas células em estágios inicias com mutação no receptor do fator de crescimento epidérmico, o EGFR.


O médico Mauro Zukin aposta ainda no desenvolvimento de terapias menos agressivas como os anticorpos monoclonais conjugados, que já são usados para tratar câncer de mama metastico e linfomas de Hodgkin.  “Eles são a nova fronteira do tratamento do câncer de pulmão”, prevê. Esses anticorpos transportam substâncias quimioterápicas ou radioativas. Tais como mísseis teleguiados, circulam pelo corpo até encontrar as células tumorais, às quais se ligam para liberar essas substâncias. Desta forma, o tratamento torna-se menos agressivo porque, ao contrário da quimioterapia e da radioterapia, não afeta as células saudáveis. 

Referências
  1. Instituto Nacional do Câncer (Inca). Disponível em https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/numeros/estimativa/estado-capital/brasil .     
  2. Inca. Disponível em https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/dados-e-numeros-do-tabagismo/prevalencia-do-tabagismo
  3. Inca. Disponível em https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/noticias/2023/inca-projeta-queda-de-28-na-probabilidade-de-mortalidade-prematura-por-cancer-de-pulmao-em-homens

Sobre a Oncologia D'Or
Criada em 2011, a Oncologia D'Or é o projeto de oncologia da Rede D'Or formada por clínicas especializadas no diagnóstico e tratamento oncológico e hematológico, com padrão de qualidade internacional e que, atualmente, está presente em onze estados brasileiros e Distrito Federal. O trabalho da Oncologia D'Or tem por objetivo proporcionar, não apenas serviços integrados e assistência ao paciente com câncer com elevados padrões de excelência médica, mas um ambiente de suporte humanizado e acolhimento.

A área de atuação da Oncologia D'Or conta com uma rede de mais de 55 clínicas, tem em seu corpo clínico mais de 500 médicos especialistas nas áreas de oncologia, radioterapia e hematologia e equipes multidisciplinares que trabalham em estreita parceria com o corpo clínico da maioria dos mais de 75 hospitais da Rede D'Or. Além disso, a presença das clínicas da Oncologia D'Or em mais de 20 hospitais da Rede, abrange a área de atuação em toda a linha de cuidados, seguindo os moldes mais avançados de assistência integrada, proporcionando maior agilidade no diagnóstico, mais conforto e eficiência para o tratamento completo dos pacientes.
 

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